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quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Homenagem a Wladimir Soares




O jornalista e agitador cultural Wladimir Soares reeditou no dia 25, a Leitura no Bosque, ação criada por ele quando esteve à frente da Secretaria Municipal de Cultura. O evento foi uma homenagem feita a ele pela Exsa Incorporações, que está lançando o Casarão Residencial, em frente ao Casarão Pau Preto, e o autor escolhido foi Antonio da Cunha Penna.
Wladimir lembrou que quando assumiu o então Departamento de Cultura (que fazia parte da Secretaria Municipal de Esportes, Cultura e Turismo, ou Semectur), em 1993, os únicos equipamentos que ele tinha eram o Casarão Pau Preto e a Biblioteca Ruy Barbosa, na época pouco freqüentada mas que possuía um bom acervo. O que fazer para atrair frequentadores? “Não havia então o culto às celebridades como existe hoje, mas pessoas famosas sempre atraem público. Então pensei em usar celebridades para estimular a leitura”, lembra. De posse de sua valiosa agenda telefônica dos tempos em que foi um dos donos do Spazio Pirandello (bar na rua Augusta que foi ponto de encontro de artistas, intelectuais e políticos nos anos 80), Wladimir trouxe artistas como Lima Duarte, Fernanda Montenegro, Thales Pan Chacon, entre outros para fazer leituras de obras clássicas no bosque do Casarão Pau Preto. Para participar, seria exigida a carteirinha de sócio da biblioteca.
O primeiro convidado foi Lima Duarte, que mora no Município, e uma verdadeira multidão se aglomerou na frente do Casarão para vê-lo. “O prefeito Flávio Tonin chegou a pedir para liberar a entrada, mas eu disse que não, senão a ação perderia o sentido”, recorda Wladimir. O ator leu trechos de Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa e, á certa altura, começou a interpretar os personagens. “Ma época, ele estava fazendo um trabalho com o romance para o teatro e aproveitou para embarcar na interpretação. Quem foi, assistiu a uma aula de atuação”, conta.
O Leitura no Bosque foi apenas uma das iniciativas de Wladimir que revolucionaram a cultura em Indaiatuba. Antonio da Cunha Penna compara sua passagem pela Secretaria da Cultura (que ganhou esse status por causa dele) com a de João Gilberto pela Música Popular Brasileira. “Não que não existisse nada antes, mas certamente, nada foi igual depois”, comenta. Wladimir escolheu para ler trechos de Nos Tempos do Bar Rex, o maior best-seller indaiatubano, e um conto inédito que fará parte de uma coletânea com tema natalino, que o escritor negocia para ser publicado por uma editora em São Paulo.

De volta aos anos 90


Quarta-feira, dia 23, o que era para ter sido uma entrevista coletiva virou um encontro cultural dos anos 90. Além do entrevistado Wladimir Soares, estavam lá alguns cúmplices em sua passagem pela Secretaria da Cultura: o autor a ser lido, Antônio da Cunha Penna; o maestro Marcelo Antunes Martins; o assessor de imprensa, Jair Italiani; e eu, aliás,o único repórter que compareceu à sede da Exsa. Penna foi o responsável pela vinda de Wlad à Administração Municipal, já que ele era o secretário indicado pelo prefeito eleito Flávio Tonin, mas que recusou o cargo por não conseguir conciliá-lo com o trabalho em seu estúdio fotográfica. Mas fez uma lista de sugestões de nomes, encabeçada por Wladimir. Marcelo regia na época o Madrigal Cantátimo e mais tarde a Orquestra de Câmara de Indaiatuba, sendo parceiro do secretário em projetos como a primeira ópera montada na cidade e diversos musicais multimídia, que tiveram também a participação de Penna. Jair Italiani, hoje na Exsa, foi o assessor de imprensa da primeira metade do governo Flávio Tonin, e ajudou a divulgar as primeiras ações do então secretário. Eu, Marcos Kimura, fazia a mesma coisa que faço hoje editoria de Cultura e coluna social – , só que no Votura, e tive o prazer de cobrir esse período tão criativo, interessante e divertido da cultura indaiatubana. Talvez fizesse um pouco mais que simplesmente registrar. Ao ler na sexta-feira o poema Homem ao Bar, que Penna dedica a mim por razões misteriosas, Wladimir também fez uma menção a este jornalista, pela amizade e parceria naqueles anos incríveis. (Marcos Kimura)

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