“Na Estrada”, de Walter Salles, é a única estreia da semana
nos Multiplex Topázio da cidade. O filme é baseado no livre de Jack Kerouac,
que praticamente iniciou o movimento beat, na virada do anos 40 para 50, nos
EUA. Sam Riley, que interpretou Ian Curtis em “Control” é Sal Paradise, alte
rego do autor, um aspirante a escritor que acaba de perder o pai. Ao conhecer
Dean Moriarty (“Garrett Hedlund, de Tron – O Legado”) ele é apresentado a um
mundo até então desconhecido onde há bastante liberdade no sexo e no uso de
drogas. Logo Sal e Dean se tornam grandes amigos dividindo a parceria com
a jovem Marylou (Kristen Stewart, o nome mais famoso do elenco, o que não
significa muita coisa) que é apaixonada por Dean. Os três viajam pelas estradas
do interior do país sempre dispostos a fugir de uma vida monótona e cheia de
regras. O filme conta ainda com aparições de Viggo Mortensen (“O Senhor dos
Anéis”) como Old Bull Lee, personsagem inspirado no poeta William Burroughs,
outro ícone beatnik; Tom Sturridge (“Os Piratas do Rádio”) interpreta Carlo
Marx, que é baseado em Allen Ginsbergh, outro nome importante do movimento;
Steve Buscemi, no papel de um homossexual enrustido; Kirsten Dunst (“Melancolia”),
Terrence Howard (“Crash – no Limite”) e a brazuca Alice Braga (“Eu sou a Lenda”).
O filme teve uma recepeção morna no Festival de Cannes deste
ano, mas agradou boa parte da crítica americana e, no Brasil, Cássio Starling
Carlos, da Folha de S. Paulo, diz que
o projeto pode ser o mais belo filme de Salles, o que não é pouca coisa.
O romance propriamente dito era considerável infilmável, até
pelo método de escrita de Kerouac. Ele usou um rolo e datilografou o romance sem
se preocupar com pontuação e caixa alta, como num fluxo contínuo (por isso
Truman Capote disse sobre “Na Estrada” que “aquilo não era literatura, era
datilografia”). Nos anos 80, a beat generation teve um revival no Brasil graças
à Editora Braziliense, que lançou novas edições das principais obras do
movimento, incluindo o romance de Kerouac. Na cola dos beats, escritores mais
ou menos ligados a eles, como John Fante e Charles Bukowsli, ficaram na moda.
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