Cineclube exibe "Os Inocentes" hoje

Comemorando mais um aniversário do Cineclube Indaiatuba, começa hoje uma programação especial que seguirá pelas terças-feiras do mês de outubro. "Os Inocentes", de 1961, abre a pequena mostra, com exibição marcada para as 19h40, no Multiplex Topázio do Shopping Jaraguá, como sempre seguida por bate-papo com o público. O preço único é de R$5,00.
A produção é baseada no romance "A Outra volta do Parafuso", de Henry James. Miss Guiddens é contratada por um aristocrata solteirão e obviamente boêmio para ser preceptora de seus dois sobrinhos, que residem com outros criados em um solar distante. O empregador deixa bem claro que não deseja ser perturbado com os problemas das crianças, e que ela tem carta branca para resolve-los como achar melhor.
Chegando ao local de trabalho, Miss Guiddens conhece a menina Flora,  e se encanta com ela. Logo chega Miles, o garoto, recém-expulso de seu colégio interno. Ele alterna momentos de candua infantil com comportamentos estranhos. Ela acaba descobrindo fatos perturbadores a respeito de sua antecessora e sua ligação com o antigo jardineiro, ambos mortos em circunstancias misteriosas, e começa a achar que eles tem relação com o comportamento das crianças.
O diretor Jack Clayton vinha de outro grande sucesso de crítica, "Almas em Leilão", de 1959, que deu o Oscar de atriz a Simone Signoret e de roteiro adaptado a Neil Peterson. Ele mesmo recebeu sua única indicação ao premio da Academia de Hollywood por esse trabalho. Em "Os Inocentes", Clayton recorre ao talento de outra grande intérprete, Deborah Kerr, evidentemente já madura para o papel, mas do qual ela dá conta de forma extraordinária. Em 1971, Marlon Brando estrelou um prequel da história, "Os que chegam com a noite", no papel do jardineiro Quint, mas que tira a graça de "Os Inocentes", explicitando o que 10 anos antes era só sugerido (e na verdade, forçando uma interpretação dos fatos).
A carreira de Jack Clayton prosseguiu com os êxitos de crítica "Crescei e multilicai-vos" (1964), com Anne Brnacroft e Peter Finch, baseado em obra de Harold Pinter, e "Todas as noites às nove" (1967), com Dirk Bogarde, estranhamente relacionado com "Os Inocentes", novamente com crianças em conflito com adultos. Infelizmente, sua carreira naufragou em 1974 quando foi escalado para dirigir a ambiciosa versão de "O Grande Gatsby", o grande romance de F. Scott Fitzgerald, com Robert Redford e Mia Farrow (só esse fato deveria prenunciar o fracasso) nos papéis centrais. Fez mais dois longas: "No Templo das Tentações (1983), baseado em Ray Bradbury; e "Paixão Solitária" (1987), que deu um Bafta a Maggie Smith. O cineasta morreu em 1995 aos 73 anos