Faz tempo que eu não escrevo sobre os lançamentos nos cines Topázio, mas as estreias desta semana merecem comentários. "Gonzaga e pai para filho" é um biografia de Luiz Gonzaga e Gonzaguinha, um raro caso de talento que passou de pai para filho, sendo que a influencia artística do primeiro para o segundo foi mínima. "007 - Operação Skyfall" é o 23o filme da franquia James Bond e que comemora os 50 anos do lançamento de "O Satânico Dr. No", o primeiro como agente secreto mais famoso do mundo.
Berno Silveira, que há sete anos dirigiu o sucesso "Dois Filhos de Francisco", afirma que estava fugindo de mais uma cinebiografia, com medo de ficar rotulado. Mas ao ouvir as fitas com conversas de Gonzaguinha com o pai, mudou de ideia. O longa começa em 1981 quando Gonzaguinha (Júlio Andrade, cuja caracterização do personagem vem sendo considerada "mediúnica") recebe a visita inesperada de Helena, esposa do seu pai. Ela havia ido ao Rio de Janeiro para dizer ao enteado que o 'Rei do Baião' precisava de ajuda. Mesmo com muita mágoa do pai, Gonzaguinha resolve viajar a cidade de Exu, no sertão nordestino, para encontrar Luiz Gonzaga - que naquele momento já havia se aposentado da carreira de músico.Chegando lá, ele discute com o pai e questiona o fato de ter sido deixado sob os cuidados dos seus padrinhos Xavier (Luciano Quirino) e Dina (Silvia Buarque), no Morro de São Carlos, no Rio de Janeiro. Ao ouvir uma série de perguntas do filho, Luiz Gonzaga decide contar toda sua trajetória de vida, desde a infância até o sucesso e o declínio da carreira. Neste momento do filme, o roteiro volta aos anos 20, quando Luiz Gonzaga - ainda criança - ajudava seu pai a consertar sanfonas na pequena cidade de Exu. Tres atores se revezam no papel do Lua: Land Vieria, Chambinho do Acordeão e Adélio Lima. Cecilia Dassi, Nanda Costa e Roberta Gu interpretam os tres grandes amores do Rei do Baião.
A importância de Gonzagão para a música brasileira é enorme: ele e Humberto Teixeira praticamente inventaram o baião como conhecemos hoje, trocando os instrumentos originais viola, pandeiro, botijão e rabeca pelo acordeão, triangulo e zabumba. O impacto sobre o cenário musical no final da década de 40 foi enorme, levando diversos cantores de sucesso a gravar Luiz Gonzaga. "Asa Branca" é até hoje o hino nacional do Nordeste. Gonzaguinha, por outro lado, é fruto dos anos e chumbo dos anos 60 e 70, sendo inicialmente identificado com as canções de resistência ao autoritarismo, mas que conheceu o sucesso de verdade com temas românticos como "Explode Coração", "Grito de Alerta" e a francamente otimista "O que é, o que é".
"007 - Operação Skyfall", com direção do vencedor do Oscar Sam Mendes ("Beleza Americana") visa resgatar a franquia após o fraco "Quantum of Solace", que tem a única bond girl principal com quem James Bond não transa (e olha é que era a altamente desfrutável Olga Kurylenko). Daniel Craig faz o terceiro de cinco filmes da série pelo qual tem contrato, o que o tornará o terceiro ator que mais vezes viveu o personagem, depois de Roger Moore e Sean Connery. A trama envolve um HD com uma lista de agentes infiltrados em organziações terroristas, a lealda de 007 a M (Judi Dench, até hoje não entendi sua manutenção na passagem de Pierce Brosnan para Craig) e um vilão que anda sendo considerado um dos melhores de uma longa tradição, vivido por Javier Barden, que novamente adota um cabelo esquisito, como em "Onde os fracos não tem vez". O elenco tem ainda como bond girls Naomi Harris (que viveu a bruxa-deusa no segundo e terceiro "Piratas do Caribe") e a francesa Berenice Marlohe; o jovem Ben Winshaw ("Perfume") como o novo Q, Ralph Fiennes como chefe de M e o grande Albert Finney ("Erin Brokovich", "Peixe grande e suas histórias maravilhosas") em uma participação especial. Para lembrar curiosidades da franquia cinquentenária, leia especial que publiquei na época de "Quantum of Solace em Conversa de Botequim On Line.
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