"Filho da puta, corrupto, ladrão!" Todo mundo canta junto o refrão de "Vossa Excelência", mas se votar nos caras domingo não vai adiantar nada |
A Região Metropolitana de campinas (RMC) recebeu o show
comemorativo do LP “Cabeça Dinossauro”, dos Titãs, sexta-feira passada, na
Expo-América, de Nova Odessa. É a celebração de um dos discos mais importantes
do rock brasileiro mas também a lembrança de um tempo em que a música pop era
mais do que mero entretenimento: pensava e fazia pensar. Parece coisa de outro
século. E é.
Os remanescentes Paulo Miklos, Branco Mello, Sérgio Brito e
Toni Belotto (nem sabia que o Charles Gavin tinha saído...) fizeram uma
apresentação com energia adolescente, felizes em ver que suas velhas canções
aninda fazem vibrar uma garotada que não tinha nascido quando “Cabeça” foi
lançado. Neste final de semana, os quatro vão se juntar aos demais
sobreviventes – Arnaldo Antunes, Nando Reis e Charles Gavin – para uma apresentação
especial. Quem tiver a chance de ver deve ir. Seja lá one Marcelo Fromer
estiver, ele estará lá.
A trajetória da banda meio que retrata o BRock – como é
chamado o rock brsileiro dos anos 80. Seu primeiro sucesso “Sonífera Ilha” meio
que pegava carona no besteirol carioca da Blitz e Kid Abelha, com inegável
influencia do pós-punk e new wave americanos e britânicos. Lobão tem razão ao
dizer que seus colegas de geração eram clones de originais de língua inglesa: a
Blitz era o B-52; o Paralamas do Sucesso queria ser o The Police; o Legião
Urbana tinha a guitarra do U2 e as pretensão poética dos The Smiths, e os Titãs
pareciam uma versão paulista do Talking Heads. Só que, como no tropicalismo,
essas influencias estrangeiras foram canibalizadas para virarem algo
inegavelmente brazuca.
O Ultraje a Rigor foi a primeira banda paulista a invadir de
verdade a praia dos cariocas, e “Inútil”, velha conhecida dos frequentadores do
Lira Paulistana e shows da USP, virou hit nacional. Uma música de protesto que
não tinha nada a ver com a geração de Chico Buarque e Gonzaguinha, que tinha
DNA punk, mas humor brasileiro.
O passo seguinte foi “Cabeça Dinossauro”, um marco não só
pela agressividade, mas pela qualidade das faixas, todas produzidas com
capricho por Liminha, em seu primeiro trabalho com a banda. Uma juventude que
vivia a redemocratização pulava com “Igreja”, “Polícia”, Bichos Escrotos”, “Estado
Violência”, “Família”, “To cansado, “Homem Primata” e se encantava com a poesia
concreta de Arnaldo Antunes em “O que”, uma antecipação da nova sonoridade que
viria com “Jesus não tem dentes no país dos banguelas” e “Ô Blésq Blom”, que
junto com “Cabeça...” forma o núcleo duro da obra da banda. Tanto é que diversas canções desses álbuns - como "Comida", "Diversão, "Corações e mentes", "Miséria", "O Pulso" e "32 dentes" ajudaram a completar o show de sexta-feira. Talvez lembrando que estávamos a pouco mais de um semana para as eleições, um dos pontos altos da apresentação foi "Vossa Excelência", música que também fez o Parque Ecológico de Indaiatuba balançar durante a apresentação de Paulo Miklos no encerramento do Festival de Rock de 2009.
Alexandre, Daniela, Juliano e Vivian foram de Indaiatuba a Nova Odessa para curtir os Titãs |
A loira Aline vibra com o show |
Pela cara , Kelly, Hugo e Leticia não eram nascidos quando "Cabeça Dinossauro" foi lançado |
As amigas Silmara, Camila e Gisele se acabaram no show |
Valéria, Renata e Patricia cansadas mas felizes após o espetáculo |
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