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terça-feira, 2 de outubro de 2012

Show "Cabeça Dinossauro" dos Titãs, dia 28, na Expo-América

"Filho da puta, corrupto, ladrão!" Todo mundo canta junto o refrão de "Vossa
Excelência", mas se votar nos caras domingo não vai adiantar nada

A Região Metropolitana de campinas (RMC) recebeu o show comemorativo do LP “Cabeça Dinossauro”, dos Titãs, sexta-feira passada, na Expo-América, de Nova Odessa. É a celebração de um dos discos mais importantes do rock brasileiro mas também a lembrança de um tempo em que a música pop era mais do que mero entretenimento: pensava e fazia pensar. Parece coisa de outro século. E é.
Os remanescentes Paulo Miklos, Branco Mello, Sérgio Brito e Toni Belotto (nem sabia que o Charles Gavin tinha saído...) fizeram uma apresentação com energia adolescente, felizes em ver que suas velhas canções aninda fazem vibrar uma garotada que não tinha nascido quando “Cabeça” foi lançado. Neste final de semana, os quatro vão se juntar aos demais sobreviventes – Arnaldo Antunes, Nando Reis e Charles Gavin – para uma apresentação especial. Quem tiver a chance de ver deve ir. Seja lá one Marcelo Fromer estiver, ele estará lá.
A trajetória da banda meio que retrata o BRock – como é chamado o rock brsileiro dos anos 80. Seu primeiro sucesso “Sonífera Ilha” meio que pegava carona no besteirol carioca da Blitz e Kid Abelha, com inegável influencia do pós-punk e new wave americanos e britânicos. Lobão tem razão ao dizer que seus colegas de geração eram clones de originais de língua inglesa: a Blitz era o B-52; o Paralamas do Sucesso queria ser o The Police; o Legião Urbana tinha a guitarra do U2 e as pretensão poética dos The Smiths, e os Titãs pareciam uma versão paulista do Talking Heads. Só que, como no tropicalismo, essas influencias estrangeiras foram canibalizadas para virarem algo inegavelmente brazuca.
O Ultraje a Rigor foi a primeira banda paulista a invadir de verdade a praia dos cariocas, e “Inútil”, velha conhecida dos frequentadores do Lira Paulistana e shows da USP, virou hit nacional. Uma música de protesto que não tinha nada a ver com a geração de Chico Buarque e Gonzaguinha, que tinha DNA punk, mas humor brasileiro.
O passo seguinte foi “Cabeça Dinossauro”, um marco não só pela agressividade, mas pela qualidade das faixas, todas produzidas com capricho por Liminha, em seu primeiro trabalho com a banda. Uma juventude que vivia a redemocratização pulava com “Igreja”, “Polícia”, Bichos Escrotos”, “Estado Violência”, “Família”, “To cansado, “Homem Primata” e se encantava com a poesia concreta de Arnaldo Antunes em “O que”, uma antecipação da nova sonoridade que viria com “Jesus não tem dentes no país dos banguelas” e “Ô Blésq Blom”, que junto com “Cabeça...” forma o núcleo duro da obra da banda. Tanto é que diversas canções desses álbuns - como "Comida", "Diversão, "Corações e mentes", "Miséria", "O Pulso" e "32 dentes" ajudaram a completar o show de sexta-feira. Talvez lembrando que estávamos a pouco mais de um semana para as eleições, um dos pontos altos da apresentação foi "Vossa Excelência", música que também fez o Parque Ecológico de Indaiatuba balançar durante a apresentação de Paulo Miklos no encerramento do Festival de Rock de 2009.









Alexandre, Daniela, Juliano e Vivian foram de Indaiatuba a Nova Odessa para
curtir os Titãs

A loira Aline vibra com o show

Pela cara , Kelly, Hugo e Leticia não eram nascidos quando "Cabeça Dinossauro" foi lançado

As amigas Silmara, Camila e Gisele se acabaram no show

Valéria, Renata e Patricia cansadas mas felizes após o espetáculo



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