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quinta-feira, 24 de maio de 2012

Maio Musical na reta de chegada


Nau e Telma

Após o agitado fim de semana da Virada Cultural, o Maio Musical chega ao fim a partir de hoje, com a apresentação de Fred Carrilho e Ensemble, às 20h na Sala Acrísio de Camargo. Todas as atrações tem entrada franca. O violonista indaiatubano andou excursionando pela Europa nos últimos anos e volta a se apresentar no Maio Musical após algum tempo. Corintiano, recentemente ele laçou um DVD em que toca o Hino do Corinthians em arranjo erudito. Seu grupo é formado por violão/guitarra, percussão/bateria, contrabaixo, teclado e instrumentos orquestrais.
Amanhã, na mesma hora e local, Maurício Nau e Telma Costa apresentam “Secos, Molhados & Mutantes”, uma homenagem a dois dos mais originais grupos pop já surgidos no Brasil. Os Mutantes, dos irmãos Arnaldo Baptista, Sérgio Dias e da primeira musa do rock, Rita Lee, beberam na fonte do Tropicalismo (participaram da apresentação de “Domingo no Parque” com Gilberto Gil, no Festival da MPB de 1967, e depois do histórico disco “Panis et Circensis”). Entre 1970 e 1972 foram a principal referencia do rock nacional, sem simplesmente copiar o que se fazia lá fora, mas agregando elementos da cultura brasileira. A saída de Rita Lee em 1972 marca o início da fase progressiva – influenciada por Emerson, Lake & Palmer – e o começo da carreira solo da mais importante roqueira brasileira. Já neste século, eles foram descobertos pelos ingleses, que promoveram um show especial em Londres, em 2006. Rita Lee não foi e quem ocupou seu lugar foi Zelia Duncan.
Os Secos & Molhados surgiram no cenário da música brasileira como um cometa brilhante, que se apagou rapidamente. Em apenas dois LPs eles sacudiram o cenário musical com seu visual extravagante e ousado, principalmente para o auge da ditadura militar. O líder intelectual era João Ricardo, mas quem se destacava era o cantor Ney Matogrosso, que com sua androginia de corpo e voz fascinou os jovens e escandalizou os adultos. Seu primeiro disco vendeu um milhão de cópias num tempo em que só Roberto Carlos conseguia isso, e emplacou clássicos como “O Vira”, Sangue Latino” e “Rosa de Hiroshima”. O segundo disco não conseguiu repetir esse sucesso e já´dava mostras dos desentendimentos que dissolveram o grupo. Ney seguiu uma vitoriosa carreira colo, em que se consagrou como o um dos maiores cantores da MPB da segunda metade do século XX.
O show agrega canções dos dois grupos, mais a obra individual de Rita, Ney e os tropicalistas Caetano Veloso e Gilberto Gil. A banda que acompanha Nau e Telma é formada por Valgério Gianotto (contrabaixo), Marcola Nasser (percussão), Marcelo Silva (guitarra) e Henrique Mendes (bateria).
No sábado, a Banda Sinfônica Jovem do Estado de São Paulo e o Trio de Cordas da Osesp se apresenta às 20h30 na mesma Sala Acrísio de Camargo, com regência de Monica Giardini.
Flávio Venturini
No domingo, acontece o grande encerramento com o show de FlávioVenturini, às 20h, no teatro do Ciaei. Integrante do chamado Clube da Esquina, Flávio fundou em 1974 O Terço, o primeiro grupo de rock progressivo brasileiro, e em 1979 o 14-Bis. Entre seus principais sucessos, como compositor ou intérprete, estão "Todo Azul do Mar", "Linda Juventude", "Planeta Sonho", "Nascente", "Nuvens", "Caçador de Mim" e "Espanhola".

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