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sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Quinto dia do Famtour - Adeus, Bento; olá Flores

Os jornalistas do Famtour com Antonio Dal Pizzol e o prefeito de Bento Gonçalves,
Guilherme Pasin
O domingo, dia 3, foi o dia de dizer a adeus a Bento Gonçalves, mas em grande estilo. Depois do chek out no Dall'Onder, fomos à última visita no Vale dos Vinhedos: o Parque Temático Dall Pizzol, o Vinhedos do Mundo. Lançado em 2005, o projeto reúne 164 tipos de videiras de 27 países, sendo a 3a maior coleção de uvas do mundo, ocupando 0,7 hectare. Na ocasião aconteceria a 3a colheita simbólica lá, da qual resultaria um vinho assemblage com 36 uvas de 13 países, denominado Vinum Mundi. As garrafas não são comercializadas, mas doadas para leilões e outras ações beneficentes. O evento reiniu autoridades, amigos e imprensa, que receberam uma garrafa da Vinum Mundi 2012, elaborada com 60 castas de uva de oito nacionalidades.
Antonio Dal Pizol e Siamara Troian recepcionam o grupo
Área de degustação

Rinaldo Dal Pizzol fala na abertura da 3a Colheita Simbólica no Vinhedo do Mundo

Fomo recebidos no belo parque por um dos proprietários, Antonio Dal Pizzol, que nos conduziu a uma divertida degustação às cegas comandada pela gerente comercial Siamara Troian. Em seguida fomos à cerimônia da colheita, em que cada presente colheu um cacho de uma variedade diferente. A minha foi a Viognier francesa. O belo parque tem ainda uma coleção de equipamentos agrícolas antigos, uma enoteca com todos os vinhos produzidos pela vinícola, um pequeno parreiral com as primeiras variedades de uvas plantadas pelos imigrantes na Serra Gaúcha, um restaurante à beira de um lago e uma estação agroclimática que registra e transmite on line dados de 12 variáveis climáticas com leitura direta. O idealizador do Vinhedo do Mundo, Rinaldo dal Pizzol, irmão e sócio de Antônio, nos conduziu a uma visita à enoteca e, depois, ao almoço no restaurante. Este é um capítulo à parte. Além de ser construído a um cenário campestre bucólico, a comida servida é maravilhosa. O grande senão é que ele só abre para grupos previamente agendados. Visitantes avulsos não tem a chance de degustar o espaguete ao funghi, o penne allla pana, o filé ao molho pesto e de vinho, a musse de iogurte natural com calda de suco e, principalmente, a pièce de rèsistence da casa, o espeto misto, ou xixo. Tudo foi desgustado com o Vinus Mundi 2012 e outros vinhos da Dal Pizzol, cuja produção chega a 300 mil garrafas por ano (Acha muito? ainda não viu nada.).
O Vinhedo do Mundo

O mapa com a localização dos pés de uva

O "meu" vinhedo" de Viognier

O jornalista gaúcho-carioca Oscar Daudt fazendo sua colheita
Placa que explica a finalidade da coleção de uvas
Vinhedo com as primeiras variedades de uva viníferas plantadas na Serra Gaúcha

Memória do Vinho: equipamentos vitivinícolas antigos colecionados pela Dal Pizzol

A enoteca da Dal Pizzo


O Cabernet Franc 1978 foi o primeiro vinho fino da vinícola
Mostruário com as variedades de uva e os vinhos fabricados com elas

O belo e agradável restaurante do Parque Temático

O xixo assando na brasa
Filé com molhos pesto e de vinho

O espeto misto, ou xixo, especialidade da casa

Iogurte natural com clada de suco de uva



A natureza é uma atração à parte do Parque Temático Dal Pizzol

Do maravilhoso almoço partimos rumo aos Altos Montes, mais precisamente para Flores da Cunha, maior produtor de vinho do Brasil, onde visitamos a Casa Venturini antes mesmo de ir ao hotel. A empresa, chamada Góes & Venturini, é uma associação com a Góes de São Roque, que produz lá o Quinta do Jubair. A Venturini, que produz 6 milhões de litros de vinho, dos quais 200 mil de vinhos finos, está instalada em meio a um cenário campestre e matas nativas, com uma bela construção sediando a propriedade. O problema está no acesso por estrada de terra e por meio de um entroncamento perigoso. A vinícola recebe turistas para visitas e degustações, e parece ter um restaurante que também só abre por agendamento (mas que nós não conhecemos).

A bela fachada e pátio da empresa

O enólogo Felipe Bebber e o sócio-proprietário José Venturini

A bela paisagem que cerca a Venturini
O enólogo Felipe retira mosto do tanque de Chardonnay
A loja de varejo da empresa
No confortável Hotel Flores da Cunha, fiquei sabendo da divertida história por trás do galo que simboliza a cidade e que pode ser visto em toda parte. Há uns 50 anos, um mágico itinerante teria chegado à cidade prometendo realizar um milagre: iria cortar o pescoço de um galinácio e depois iria colar a cabeça decepada, revivendo o animal. No dia marcado, o teatro cheio, o ilusionista convidou o prefeito e o delegado para auxiliá-lo no número. Enquanto um segurava o corpo e o outro a cabeça, o artista cortou o pescoço da ave e, em seguida, disse que ia lá atrás lavar a faca. Enquanto, prefeito, delegado e público aguardavam o final da mágica, o espertalhão se mandou com a grana dos ingresso. Quando a história se espalhou pela região, especialmente pela vizinha Caxias do Sul, os habitantes de Flores da Cunha viraram alvo de gozação por anos por conta da história, com o galo virando sinônimo da "burrice" dos florenses (aliás, a indústria de móveis planejados Florense é de lá). Como diz o ditado, quando inevitável, relaxe e goze, e foi o que Flores da Cunha fez: adotou o galo como símbolo do município. Eu, como palmeirense, compreendo plenamente.

Fachada do Hotel Flores da Cunha, que foi uma antiga casa de repouso para idosos

Galo na entrada do hotel
Galo gigante do campus da Escola de Gastronomia Internacional da
Universidade de Caxias do Sul, em Flores da Cunha

O jantar foi programado na Vinícola Monte Reale, que fica logo na entrada da cidade. Lá tivemos a oportunidade de degustar a especialidade de Flores da Cunha, o menarosto, prato camponês que no original italiano reúne diversas carnes de caça no espeto, mas na Serra Gaúcha mistura carnes de frango, codorna, coelho, porco e bacon. Tinham me avisado que o negócio costuma "passar do ponto", e não diferente dessa vez, tanto que ficava dificil distinguir que era quem no prato. Em compensação, tomamos a melhor sopa de capeletti da viagem, o que é uma proeza, já que ela foi servido em praticamente todas as refeições que fizemos no famtour. O bonito restaurante também só abre para grupos, ao preço de R$ 50,00 a R$70,00 por pessoa, dependendo do prato. O menarosto é servido umas tres vezes por ano e há também a opção por javali.

Eleida Mioranza, sócia da Monte Reale, com o enólogo Lucas Guerra

O menarosto na brasa

O amplo salão do restaurante
Após o jantar, fomos levados por um tour pela vinícola, nascida em 1972, mas cujas origens remontam á chegada da família Mioranza a Nova Veneza em 1884. Com uma produção total de 1,2 milhão de vinhos, das quais 20% são finos, a empresa iniciou a construção de um grande hotel já de olho no incremento do turismo. Só que a grana acabou e agora eles buscam parceiros para terminar o empreendimento. A grande cave escavada no subsolo ligaria a vinícola ao hotel, mas agora só tem uma entrada. Apesar de chamar Monte Reale, os vinho nobres feitos lá levam a o nome Valdemiz, e o top de linha é o Sospirolo, que é feito apenas em safras excepcionais, como a de 2005. Tudo indica que 2013 renderá outra edição do Sospirolo.

A longa cave lembra um abrigo anti-aéreo e ligaria a vinícola ao hotel, que
não está pronto

Árvore genealógica da família Mioranza. Um dos ramos também possui uma vinícola importante
em Flores da Cunha

1 comentários:

  1. Grande Kimura, parabéns pelas reportagens. Já estou esperando o próximo capítulo!

    Abraços e até a próxima viagem!

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