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sexta-feira, 7 de junho de 2013

Estreias no cinema: "O Grande Gatsby" e "Depois da Terra"

Os Multiplex Topázio de Indaiatuba tem duas estreias interessantes: "O Grande Gatsby", de Barz Luhrmann, e "Depois da Terra", de M. Night Shyamalan. Ah, tem também "Odeio o Dia dos Namorados", com Heloise Perissée emulando Nia Vardalos, but who cares?

Leonardo di Caprio, Carrey Mulligan e o desconhecido Joel Edgerton em
"O Grande Gatsby"
"O Grande Gatsby" parece seguir a maldição de F. Scott Fitzgerald no cinema: nenhuma adaptação de romance seu deu certo na telona, da mesma forma como nenhum dos roteiros que escreveu, em seus dias finais em Hollywood, rendeu alguma coisa. Esta é a quarta tentativa de filmar o romance mais famoso do escritor - a primeira com Fitzgerald ainda vivo, em 1926, com Warner Baxter ("Rua 42") como Gatsby; a segunda em 1948, com o astro Alan Ladd ("Os Brutos também amam") no papel principal; o terceiro, em 1974, com Robert Redford em seu auge e, agora, estrelando Leonardo Di Caprio. Aliás, o astro de "Ilha do medo" encabeça um elenco de respeito: Tobey Maguire (o "Homem-Aranha") como o narrrador Nick Carraway (alter ego do próprio escritor), Carrey Mulligan no papel de Dausy, obsessão do protagonista, vivida por Carrey Mulligan ("Educação), e Isla Fisher ("Os Delírios de consumo de Becky Bloom") no papel de Myrtle Wilson.

Só vi a versão de 1974, uma superprodução que tinha, além de Redford (lendo o romance, ele é a cara de Gatsby), Mia Farrow como Daisy, Sam Waterston ("Law and Order") como Carraway, Bruce Dern ("Amargo Regesso") como Tom Buchanan e a futura Bond Girl de "007 e o Foguete da Morte, Lois Chiles, como Jordan Baker. A conseqüencias mais importantes desse fracasso retumbante - será que é tão ruim quanto achei na época? -  foi ter praticamente encerrado a carreira do ótimo Jack Clayton, de "Os Inocentes", e por mostrar ao mundo que o prestígio que Mia desfrutava então era em demasia. Tanto é que ela só voltaria a se levantar em sua associação de cama e câmera com Woody Allen, mas mesmo assim, nunca chegou ao Oscar, que seu ex-marido até hoje é pródigo em conseguir para seus atores.

Na história, Nick Carraway é primo de Daisy e vizinho de Gatsby, de quem se torna amigo e acaba descobrindo a estranha obsessão dele por sua parente, com quem teve um affair anos antes. As magníficas festas que dá em sua casa são formas de chamar a atenção da moça, agora casada, até que, por intermédio de Nick, os dois se reencontram e revivem brevemente o romance do passado.

Tudo o que li sobre esta versão de Luhrmann me leva a acreditar em desastre. A sutileza da narrativa de Fitzgerald não tem muito a ver com os excessos do australiano, mesmo elvando em conta que boa parte da história acontece em festas monumentais da "Era do Jazz", que o diretor tenta atualizar com o "hip-hop". O deu certo em "Romeu + Julieta", pensado por Shakespeare como entretenimento para as massas, não vai dar certo para o retrato do lado negro do Sonho Americano elaborado por Fitzgerald, que é, por sinal, um dos escritores americanos mais superestimados.

Nepotismo em Hollywood: depois falam do Brasil...

Pai e filho lavam a roupa ao custo de 130 milhões de dólares
Alguém já disse que "Depois da Terra" é o maior caso de nepotismo no cinema desde "O Podersoso Chefão 3", quando Francis Ford Coppolla escalou sua filha Sophia no lugar de Winona Rider, que tinha caído fora da produção (mais uma entre tantas escolhas erradas da atriz em sua carreira e vida). É pior: esta ficção-científica de 130 milhões de dólares foi pensada para ser estrelada por Will Smith e seu filho Jaden, sete anos depois da bem-sucedida parceria em "À procura da felicidade". Não fosse Will - até 2008, o astro mais bem sucedido da indústria do cinema - dificilmente M. Night Shyamalan conseguiria mais um orçamento milionário para dirigir. Depois da decepcionante arrecadação de "Depois da Terra", seu próximo projeto anunciado é uma série para a TV, melancólico destino para quem era proclamado o novo Midas de Hollywood.

Num futuro distante, a Terra se torna inabitável e seus habitantes se mudam para outros planetas. Só que nessa colonização, encontram alienígenas hostis, que desenvolvem um animal especialmente para caçar humanos. O herói de guerra Cypher Raige e seu filho Kitai, que acabou de ser reprovado nos exames físicos para o serviço militar, sofrem um acidente com sua nave e caem na Terra, agora habitada por predadores. Com o pai incapacitado, caberá a Kitai sair pela selva hostil em busca de socorro.




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