A 20ª edição do Maio Musical será aberta em grande estilo
hoje, com o cantor, compositor e violonista João Bosco, a partir das 20h na
Sala Acrísio de Camargo do Centro Integrado de Apoio à Educação de Indaiatuba
(Ciaei). A entrada é franca e os convites devem ser retirados na bilheteria do
teatro uma hora antes do espetáculo.
João Bosco talvez seja a melhor combinação voz e violão da
MPB, depois de João Gilberto. Mas enquanto o baiano ficou famoso pela batida
bossa nova – imitada por quase todo mundo a partir de Chega de Saudade – e a voz cool, o mineiro de Ponte Nova combina
uma pirotecnia rítmica às cordas com um vocal cheio de scats que por vezes mistura
samba com ritmos latinos, como bolero e rumba. Além disso, é autor de clássicos
da MPB como Mestre salas dos mares, De
frente pro crime, Kid Cavaquinho, Papel Machê, Jade e, como se não
bastasse, o hino da redemocratização, O
bêbado e a equilibrista. Sua parceria como Aldir Blanc – em quase todas as
canções supracitadas – está entre as mais importantes da música brasileira, no
nível de Milton Nascimento e Fernando Brandt e Ivan Lins e Vitor Martins. Pode
ser irônico, mas ele quase foi o parceiro de Vinícius de Morais no lugar de
Toquinho, o que criaria a dupla... João Bosco e Vinícius!
Como tantos grandes compositores dos anos 70, ele foi
lançado por Elis Regina, que gravou dele e de Aldir Blanc Bala com bala, em
1971. A primeira gravação do próprio
João Bosco aconteceu no ano seguinte, no lado B de um disco de bolso lançado
pelo jornal O Pasquim, Agnus sei (O
lado A era Águas de Março, com Tom
Jobim e Elis Regina).
Seu primeiro LP saiu em 1973, com quase todas as faixas em
parceria com Aldir, mas ele só estouraria com Caça à Raposa, em 1975, depois
que Elis gravara músicas como Mestre Sala
dos Mares, Caça à Raposa e Dois pra lá, dois pra cá no ano anterior.
Em Galos de briga (1976) gravou Rancho da goiabada, Incompatibilidade de
gênios, Latin lover, O ronco da cuíca
entre outros. Tiro de Misericórdia foi lançado no ano seguinte, trazendo a
música-título, Gênesis (Parto) e Falso
brilhante. Linha de Passe,
lançado no LP homônimo de 1979, consolida seu estilo voz e violão único,
praticamente inimitável. O disco ainda trazia O bêbado e a equilibrista, que estourou na interpretação de Elis.
Em 1982 lançou João Bosco ao vivo, 100ª apresentação,
contendo seus maiores sucessos e que marcou a despedida de sua parceria
exclusiva com Aldir Blanc. A nova fase traria obras como Papel Machê (com Capinam), Odilê, odilá
(c/ Martinho da Vila), Quando o amor
acontece (com Abel Silva), Jade,
Desenho de Giz, Corsário e vários outras. Lançou um Acústico MTV em 1992,
privilégio normalmente reservado a artitas de pop/rock, e um songbook em 2003.
Voltou a compor e fazer as pazes com Aldir Blanc em 2001.
Comemorando seu 60º
aniversário, lançou, em 2006, o CD e DVD "Obrigado, gente!", gravado
no Auditório do Ibirapuera, em São Paulo. A seu lado, os músicos Nelson Farias
(violão e guitarra), Ney Conceição (baixo), Kiko Freitas (bateria), Armando
Marçal (percussão), Marcelo Martins (sax e flauta), Jessé Sadoc (trompete) e
Aldivas Ayres (trombone), e ainda, em participações especiais, Djavan, Guinga,
Yamandu Costa e Hamilton de Holanda (em "Linha de passe", com Paulo
Emílio e Aldir Blanc).
Seu último disco de inéditas foi Não vou pro céu, mas já não vivo no chão, de 2009.
Outras atrações
As atrações seguintes do Maio
Musical serão, no dia 3, o Encontro de Percussão entre polos do Projeto Guri, das 14h
as 17h30, e, no dia 4, Os Jovens
Talentos locais Stefany Ueda e Caroline Mattos, às 20h. Todos na Sala
Acrísio de Camargo, com entrada franca,
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