Rafael Valdívia, Diego Arrebola, Renata Pereira, Priscila Oliveira e Crstiano Melles |
Se a inauguração da filial campineira há quase um ano foi uma das melhores refeições para a imprensa de que já participei, ontem, nossos anfitriões Cristiano Melles e Rafael Valdivia - que juntamente com Luiz Marsaioli formam o triunvirato da rede - se superaram. O welcome drink foi o espumante X Decima Brut Método Tradicional 2008, com 50% de Chardonnay e 50% de Viognier, produzido no Rio Grande do Sul e cujo nome refere-se à X Legião Romana, que acompanhou Julio Cesar na Gália e na Guerra Civil contra Pompeu. Ele foi acompanhado por tapas de vegetais, opção vegetariana desenvolvida pela chef Pricila Oliveira.
O prato de entrada foi um Carré de javali e vegetais grelhados na parrilla com redução de vinho tinto, acompanhado pelo Cave Spring Riesling Estate Bottled 2009, da cave Spring Cellars, do Canadá. Para Arrebola, a acidez da riesling compensa a gordura do javali.
Em seguida, o primero prato, Wagyu Striploin com mousse de batatas com azeite de trufas, harmonizado com o Spice Route Mourvèdre 2008, da África do Sul. O wagyu é o gado de origem japonesa popularmente conhecido como kobe, no caso aqui importado da Austrália. É provavelmente a carne de boi mais cara do mundo, uma experiência gastronômica fora de série, que nos remeteu a uma conversa com o saudoso Marcos Bassi há um ano, em seu Templo da Carne. Sobre o vinho, Arrebola explicou que a variedade Mourvèdre começou a ser cultivada na África do Sul em função do sucesso da Syrah, já que ambas são originárias do sul da França.
O segundo prato foi mais familiar, o Bife Pobre Juan, acompanhado de cogumelos salteados, cebola roxa grelhada com molho bourbon. A harmonização foi com Morandé Edición Limitada Carignan 2009, do Chile. Após esse prato e vinho mais encorpados, foi servido um sorbet para limpar as papilas, antes do terceiro prato e do vinho da noite: o Brunello di Montalcino Biondi-Santi 2006, "O" brunello. Com apenas 7 anos desde a colheita, certamente ele ainda teria anos de amadurecimento na garrafa, mas já estava ótimo de beber. Seu acompanhante foi um Shoulder Steak, tirado da omoplata do boi, com emulsão de mandioquinha e gorgonzola. Esse corte saboroso acaba virando carcaça nos frigoríficos por causa do tamanho pequeno, que não compensa o trabalho de desossa.
A sobremesa foi Mousse de chocolate, harmonizado com o Porto Burmester Tawny 20 anos, servido em garrafinhas tipo frigobar de hotel, para garantir a qualidade da bebida. Depois de aberta, uma garrafa de Poto sobrevive no máximo uma semana, segundo Arrebola. No Pobre Juan, além do Porto, também o Madeira vem nessas garrafas de uma dose. Novamente, a lauta refeição foi fechada com um café expresso gourmet feito com grãos da fazenda de Cristiano Melles.
O novo responsável pelos vinhos da rede (na verdade, de todas as bebidas, incluindo as não-alcoólicas) procurou nos mostrar um pouco da variedade de nacionalidades, castas e da alta qualidade que ele selecionou para a carta de vinhos. Além disso, os pratos servidos também devem integrar o menu como opções de alta gastronomia. Com oito anos de vida, a rede Pobre Juan já tem oito restaurantes e se prepara para inaugurar o nono em Curitiba. Em Campinas, ao menos, não vejo melhor opção para comer cortes nobres.
O espumante nacional X Décima Brut 2008 |
Tapas de vegetais |
O branco Cave Spring Riesling 2009, do Canadá |
Carré de javali e vegetais grelhados na parilla com redução de vinho tinto |
Spice Route Mourvèdre 2008, da África do sul |
Wagyuy striploin com mousse de batatas com azeite trufado |
Morandé Edición Limitada Carignan 2009, do Chile |
Bife Pobre Juan com cogumelos salteados e cebola rosa grelhada com molho Bourbon |
O vinhaço do almoço, Brunello di Montalcino Biondi-Santi 2006 |
Shoulder steak com emulsão de mandioquinha e gorgonzola |
A garradinha de Porto Burmester Tawny 20 anos |
Mouse de chocolate decorada com framboesa e amendoas |
Uauuu...
ResponderExcluirQue fantástico!! Parabéns ao Diego nesse novo empreendimento. Suce$$oooo...
Enoabraço;
Josi Pieri